Leão          ~ Santo Inácio ~: agosto 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

~ Cultura


Definição:



Cultura é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo metabiológico criado pelo homem. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Refere-se a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e identificam uma sociedade. Explica e dá sentido à cosmologia social; É a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.


Mudanças:


A cultura é dinâmica. Como mecanismo adaptativo e cumulativo, a cultura sofre mudanças. Traços se perdem, outros se adicionam, em velocidades distintas nas diferentes sociedades.
Dois mecanismos básicos permitem a mudança cultural: a
invenção ou introdução de novos conceitos, e a difusão de conceitos a partir de outras culturas. Há também a descoberta, que é um tipo de mudança cultural originado pela revelação de algo desconhecido pela própria sociedade e que ela decide adotar.
A mudança
acarreta normalmente em resistência. Visto que os aspectos da vida cultural estão ligados entre si, a alteração mínima de somente um deles pode ocasionar efeitos em todos os outros. Modificações na maneira de produzir podem, por exemplo, interferir na escolha de membros para o governo ou na aplicação de leis. A resistência à mudança representa uma vantagem, no sentido de que somente modificações realmente proveitosas, e que sejam por isso inevitáveis, serão adotadas evitando o esforço da sociedade em adotar, e depois rejeitar um novo conceito.
O '
ambiente' exerce um papel fundamental sobre as mudanças culturais, embora não único: os homens mudam sua maneira de encarar o mundo tanto por contingências ambientais quanto por transformações da consciência social.


* Cultura e História -
As sociedade primitivas eram matriarcais, como apresenta vários trabalhos etnográficos a respeito. A sociedade matriarcal antiga, dentro do regime tribal, era anterior ao surgimento da propriedade privada dos meios de produção (que em tal época era somente a terra). Nessa sociedade, havia uma total liberdade sexual e toda a linhagem era definida pela mãe, considerando que não havia exames de DNA e que, sem o regime da monogamia, a única certeza da procedência era materna. Nessa sociedade, vingava uma espécie de religião mística, de cunho matriarcal, onde a "mãe terra" era identificada não só com a fertilidade (da tribo e do solo), mas como a senhora dos homens.
* Cultura e Atualidade -
A formação do novo proletariado arrancou, inicialmente, de modo brutal o status de animal doméstico da mulher. Para sobreviver e sustentar seus filhos, as brutalidades do capitalismo nascente empurraram não só o homem para jornadas de trabalho desumanas (16h ou mais), mas todas as mulheres e seus filhos. E ainda assim, lhes garantindo a apenas o direito à sobrevivência.O lado brutal dessa nova organização social, por outro lado, rompeu a dicotomia que sustentava ainda a "mulher dependente" dentro da classe trabalhadora. Se na burguesia a mulher rompia a dependência apenas através de uma herança repentina (única hedeira ou casos similares), na classe trabalhadora, a mulher abandonava a dependência porque não havia mais essa opção e a nova economia nascente não só possibilitava mais em alguns casos exigia o trabalho feminino, como em casos que dependesse de uma habilidade mais "feminina", como em alguns ramos da nascente indústria textil, e como hoje em dia, nos ramos de atendimento e vendas.Essa mulher trabalhadora, forjada na exploração capitalista e nascida no seio da nova classe trabalhadora moderna (proletariado ou assalariado), criou para si uma nova imagem de mulher, a mulher independente. Como exemplo ilustrivo inegável disto, está o Dia Internacional da Mulher, aonde é lembrado o massacre de operárias que lutavam por melhores condições de trabalho.
Conclusão:
Essa nova mulher trabalhadora, urbana, independente ainda rivaliza com a identidade antiga de mulher submissa, doméstica e alienada - geralmente mulheres com origem provincianas. A partir do surgimento do anti-concepcional, que deu a largada para a revolução sexual, pois rompia com a gravidez-casamento como resultado quase imediato da relação sexual, a nova mulher impõe ao homem aquilo que há séculos foi imposto a ela, unilateralmente, a fidelidade, a monogamia. A mulher independente não reconhece mais o direito do homem de "dar sua escapadas", não mais ignora tais devios em nome da dependência material a ele.A instituição da monogamia, por sua vez, está em crise. Ela nasceu única e exclusivamente graças ao monopólio econômico dos homens com o surgimento da propriedade privada antiga, mas hoje, é a própria propriedade privada moderna que destrói a mulher submissa. O que está em jogo é se tal instituição agora deve valer para ambos ou para nenhum, isto é, monogamizar o homem ou poligamizar a mulher.